sábado, 23 de abril de 2011

O que é a Páscoa? Entenda melhor esse feriado


Além de comer ovos de chocolate, você sabe o que se comemora na Páscoa? A Páscoa é uma festa dos judeus e dos cristãos e, como toda festa, tem o objetivo de comemorar e lembrar um acontecimento importante.

Divulgação

Mônica e seu coelhinho Sansão comemoram a Páscoa

O que é judeu?
Judeu ou israelita era aquele que nascia na Judeia, uma parte do reino de Israel. Este povo foi o primeiro a acreditar em um único Deus e esta religião ficou conhecida como judaísmo. Hoje, o judeu mantém uma identidade com as práticas e a cultura judaicas e muitos continuam praticando o judaísmo.

O que os judeus querem lembrar e celebrar na festa de Páscoa?
Faz mais de 3.000 mil anos, os judeus foram feitos escravos por ordem do rei. Isso aconteceu num país da África, o Egito, onde o rei é chamado de faraó.

Os judeus acreditam que foram as ameaças de desgraças enviadas por Deus contra o faraó que o fizeram deixar os israelitas irem embora; Deus fez a ameaça ao faraó egípcio e prometeu fazer Seu anjo "passar por cima" da casa dos judeus, sem fazer nenhum mal a eles. Essa passagem do anjo de Deus por cima da casa dos judeus é chamada Pessach, que significa "passagem" e simboliza a libertação da escravidão dos judeus no Egito.

Os israelitas foram autorizados pelo faraó a saírem do Egito para serem livres na terra que Deus lhes tinha prometido, Canaã. Os judeus saíram do Egito de noite, guiados por um líder chamado Moisés. Os judeus, então, celebram na Páscoa essa libertação, lembrando e comemorando que, desde então, não são mais escravos.

O que é cristão?
Cristãos são aqueles que acreditam em Jesus Cristo e nos seus ensinamentos religiosos. A vida de Jesus Cristo está narrada no Novo Testamento, que é uma parte da Bíblia. O ano em que Jesus Cristo nasceu é considerado o início de uma nova era no Ocidente. Estamos no ano 2011, o que significa que se passaram 2011 anos desde que Jesus nasceu.

O que os cristãos querem lembrar e celebrar na festa de Páscoa?
Segundo os ensinamentos cristãos, Jesus Cristo venceu a morte porque ressuscitou, o que é o mesmo que dizer que não morreu. Para os que têm fé no Deus cristão e em Jesus Cristo, a vida sempre vence. Os cristãos comemoram nesse dia essa vitória da vida, ou seja, comemoram também uma passagem, da vida terrena para a vida eterna.

Outras religiões têm festa de Páscoa?
A Páscoa é uma festa religiosa judaica e cristã.
O budismo, por exemplo, não comemora a Páscoa. O budismo, no entanto, também tem suas festas e a mais importante é a que comemora o nascimento de Buda. A monja Coen, da comunidade Zen Budista do Pacaembu, explica que esta época de Páscoa geralmente coincide com a celebração do nascimento de Buda, o Hanatmatsuri (Festival das Flores).

O islamismo também não festeja a Páscoa. O sheik Jihad Hassan Hammadeh, presidente do conselho de ética da União Nacional das Entidades Islâmicas, conta que a cerimônia mais importante do islamismo é o Ramadã, um mês de jejum, em que se celebra a primeira revelação feita por Deus a Maomé.

Criança quer saber
Por que tem coelho na Páscoa?
Porque os coelhos são símbolos de vida e da fertilidade, uma vez que são os primeiros seres, junto com algumas flores, que aparecem na paisagem, depois do inverno rigoroso. Quem explica isso é D. Plácido F. Guarnieri, 43 anos, do colégio Santo Américo: "são um sinal de vida e prosperidade".

SXC

Ovos de chocolate para aproveitar o feriado

Quando foi a "primeira" Páscoa?
A "primeira" Páscoa foi aquela em os judeus, pela primeira vez, celebraram a libertação da escravidão no Egito, há mais de 3.000 anos.

Por que os coelhos deixam ovos, se nem põem ovos? E por que são de chocolate?
Os coelhos deixam ovos porque os ovos também são símbolo de vida e de renascimento. Afinal, de dentro de um ovo sempre sai uma nova vida, não é? E são de chocolate porque são mais gostosos!

Por que a Páscoa cai cada ano em uma data diferente?
Tanto a Páscoa judaica quanto a Páscoa cristã são festas móveis, porque dependem do calendário lunar. A Páscoa cristã, por exemplo, acontece aqui no Brasil, no primeiro domingo depois da lua cheia de outono, entre 22 de março e 25 de abril.
SÉRGIO MADURO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

comentário

Para nós umbandistas e candomblcistas, mormente os candomblecistas, esse culto cristão comemorado por conta da libertação dos judeus do jugo do faraó, não é seguido na sua essência, mormalmente, as atividades votivas(que não deveria) são suspensas (em parte), nos terreiros, ainda por conta desse ranço colonizador cristão.
Aquela velha história do chamado "lorogum", período em que se inicia a quaresma logo após o carnaval, e que segundo a creça candomblecista. Os orixás e voduns retornariam a África, onde permaneceriam durante esse período em respeito a "Evievodum" (Olodamare).

Ora! Essa prática (hoje não uma crença), é paradoxal, posto que, se o culto afro -brasileiro é independente, pois que originado de outras matrizes, histórias e origens diversas, e que destoam completamente em essência do dogma cristão, manter-se essa "tradição", se é que se pode assim dizer,termina por influenciar o culto afro no Brasil, e infelismente, influencia, pois são tantos os terreiros de matriz africana que suspendem as suas principais atividades votivas durante esse período (quaresma), reservando-os apenas para os rituais mais emergenciais. Tudo por conta do fenênomeno só exitente no Brasil, o SINCRETISMO.

Aos poucos nova cultura vem se desenvolvendo no Brasil no sentido de se desmisturar (se é que é possível), o dogma cristão do dogma africanista), mas é um movimento lento, que encontra o seu maior entrave justo, nessa época, da chamada quaresma, onde tudo deságua, no sábado de aleluia, onde a influência da chamada umbanda mais ortodoxa, se manifetsa com maior força.

Neste sábado de aleleuia que é o ponto maxímo do sincretismo, dia no qual se festejam a "reabertura" dos terreiros, abrindo o dia com alvorada para São João Jorge/Ogum, ao som de banda marcial, fogos de artifício,procissão, e a tarde e a noite, toque (tambor),para Ogum na umbanda, onde os capangueiros (guias de luz) incorporam em seus "cavalos" seus "burros", e vem dançar e tomar suas cervejas brancas, tudo mesclado com o elemento cristão. Ladainhas são entoadas desde as primeiras horas do dia, no Tambor de Mina a primeira ladainha é entoada logo nos primeiros minutos do novo dia (sábado de aleluia).

À noite começa o toque (tambor) aos Exus Eguns, culto também mesclado do elemento cristão, posto que, ennquanto Exus Eguns, foram encarnados em algum tempo da história, e sua vida material e espiritual se agrega ao fator espírita que por si só já se encontra impregnado do elemento cristão.

Nos perguntamos então: Tem como se desmisturar esse culto que luta e teima em ser independente em terras tupiniquins, tão meclado em termos de etinias (negra, india e branca)? Quase que impossível.

Mas, pelo menos a pureza do dogma afro no que diz respeito as práticas votivas devam ser mantidas, ou seja, não suspender feituras de santo, ebós, boris, recolhimentos, magias ou feitiços de qualque natureza e etc. Sob pena de contribuirmos para, senão o desaparecimento, mas pelo menos para o enfraquecimento desses postulados votivos afros, que devem ser mantidos e preservados para o bem da evolução do rito afro, seja ele praticado nas casas de matrizes africanas originárias, umbandomblé, e outras.

Mas enfim! É Sábado de Aleluia, dia de malhar o Judas (nossos inimigos, nossos medos,nossas incapacidades,nossas vaidades, tudo no final do dia deve ser queimado), para que entremos em um novo período votivo afro/sincrético. Fazer o que?

João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá