Por Ruan Melo– 8 de novembro de 2010
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Bernadete mostrou as marcas das agressões
A partir desta segunda-feira (8), os policiais e testemunhas do caso da mãe de santo torturada no dia 23 de outubro durante ritual, estão sendo ouvidos pela Companhia Independente da Polícia Militar em Ilhéus. Oito policiais militares são acusados de torturar a mãe de santo, Bernadete Souza Ferreira Santos, 42, no assentamento Dom Helder Câmara, uma área federal, que não poderia ter acesso da Polícia Militar.
Segundo Bernadete, ela foi agredida pelos PMs quando estava incorporada por Oxóssi, orixá do candomblé. “Pegaram Oxóssi, puxaram os cabelos, jogaram ele em cima de um formigueiro, pisaram no pescoço e disseram: ‘Só assim para o demônio sair’”, disse a mãe de santo.
“Saíram arrastando pelo cabelo e com o pé no pescoço jogaram no formigueiro. Aí eu fui pra cima dizendo que era um orixá e que eles não sabiam o que estavam fazendo. Ele disse que se eu me aproximasse, ele atirava”, disse a assentada Edileuza Oliveira. O tenente coronel Souza Neto contou que vai amanhã (9), até o assentamento no Banco do Pedro apurar melhor o fato. A previsão é que a sindicância seja concluída ainda esta semana.
De acordo com a advogada da mãe de santo, Adalice Gonçalves, ela vai mover ação penal e de indenização contra o estado pela agressão sofrida por Bernadete. O governador da Bahia, Jaques Wagner, disse que vai ouvir a religiosa na quarta-feira (10).