quinta-feira, 5 de abril de 2012

Entenda como funciona a mediunidade


Pressentimentos e sonhos "estranhos" todo mundo tem. O que os especialistas discutem é em que medida essas manifestações podem ser chamadas de mediúnicas05.04.12
Você chega a um lugar desconhecido, conversa com pessoas que nunca viu, mas tem a nítida sensação de já ter vivido um tempo atrás essa mesmíssima situação. Ou então, minutos antes de a campainha tocar, sabe com certeza absoluta que alguém não esperado chegará à sua porta. Truques da mente ou mensagens do além?

Muita gente acredita que a mediunidade é um fenômeno que ocorre apenas com alguns poucos eleitos e que o médium é sempre e exclusivamente quem manifesta dons de certo modo espetaculares ou assombrosos. Outros nem sequer admitem a existência de coisas além daquelas que os nossos sentidos e pensamento racional podem perceber. Porém, céticos radicais à parte, quase todos nós já passamos por experiências que podem ser chamadas de mediúnicas.

Todo mundo tem a capacidade de sintonizar freqüências não captadas pelos cinco sentidos. Essas freqüências são uma forma de eletricidade sutil. Como nosso corpo é composto de 70% de água, ótimo condutor de eletricidade, uma hora ou outra entramos em contato com essas energias e isso nada mais é que a mediunidade, mesmo que em levíssima potência", diz Waldemar Falcão, autor de ENCONTROS COM MÉDIUNS NOTÁVEIS. Falcão, que além de escritor é músico e astrólogo, acha que em tese somos todos médiuns, de maneira explícita ou latente, em maior ou menor grau (este último caso mais sutil ele chama de mediunidade "feijão-com-arroz", categoria na qual se inclui).

A médium Maria Sílvia Eustáquio entende que a possibilidade de entrar em contato com outra dimensão da realidade é inata ao ser humano, e nesse sentido podemos dizer, sim, que somos todos sensitivos. Mas, na prática, o termo é usado para designar aquelas pessoas que têm uma percepção muito mais acentuada. "A proposta delas é realmente intermediar o contato e a comunicação entre o nosso mundo terreno e o espiritual. Para a maioria, a função da mediunidade é facilitar o crescimento e a busca do equilíbrio", explica. Esse tipo de médium que se destaca dos comuns dos mortais existe desde que o mundo é mundo. São aqueles que entram em um estado alterado de consciência, no qual se comunicam com seres que morreram ou da natureza. "Os xamãs faziam isso, os sacerdotes da religião do antigo Egito ou as pitonisas dos oráculos gregos também", explica o psiquiatra Frederico Camelo Leão, diretor clínico da Casa André Luiz e membro do Núcleo de Estudos dos Problemas Espirituais e Religiosos do Instituto de Psiquiatria da USP.

Entre as religiões mediúnicas mais conhecidas estão o espiritismo, o candomblé e a umbanda. As mais antigas são o hinduísmo e o taoísmo, segundo Ronie Lima, autor de MÉDIUNS DO ESPAÇO. Ele também considera os milagres realizados por santos católicos ou as premonições dos profetas do Antigo Testamento como manifestações de mediunidade, embora não sejam reconhecidas como tais pelo judaísmo, cristianismo e islamismo. No Ocidente, a não-aceitação religiosa dos médiuns foi reforçada pelo meio cultural. O iluminismo (movimento intelectual dos séculos 17 e 18, caracterizado pela hipervalorização da razão) rejeitou todo tipo de fenômeno que escapasse às explicações racionais. Nessa época, as manifestações mediúnicas começaram a ser tratadas como patologias psíquicas. Por isso, até hoje muitas pessoas que têm o dom acentuado e inato sofrem e sentem-se extremamente confusas, achando que estão ficando loucas. Outras simplesmente ignoram e passam batido por experiências mais espirituais.

A GAXÉTA